Fernão Capelo Gaivota
Eu li o livro todo de uma só vez sem poder nem mesmo desviar os olhos de tão maravilhoso e compenetrante... demais. Muito filosófico, me fez pensar em muitas coisas que já havia pensado antes, pareceu que o livro foi escrito pra mim, nunca consegui porém reunir todos esses pensamentos de uma forma tão bonita e harmoniosa.
Há passagens que ilustram a terra, o paraíso e o inferno que modo único e original, dando um sentido quase religioso, em certos momentos percebe-se uma possível explicação racional para o amor, a saga de Jesus e a ressurreição como feitos não só possíveis mas também muito simples para quem já atingiu estágios mais elevados de consciência. Pessoalmente não acredito em nenhuma religião, nem que nada do que está escrito realmente possa ter acontecido. Mas a visão original da obra é no mínimo intrigante.
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FCG-I
FCG-II
Escrita em ingles por Richard Bach sob categoria de Literatura e Ficção, com o título do original "Jonathan Livingston Seagull". (Juan Salvador Gaviota - versão em espanhol)
Agora pretendo localizar e ler outras obras similares talvez até mesmo do Richard Bach, por que não?
One by Richard Bach category Literature & Fiction. - Would we change if we knew what waited beyond time and space?
The long walk - by Stephen King (Richard Bachman) category Mystery & Thrillers .
"ah então o Stephen King e o Richard Bach eram amiguinhos..."
Fora de mim
//Ao escrever obras imortais como Fernão Capelo Gaivota e Ilusões, Richard Bach conquistou um lugar definitivo no coração dos leitores de todo o mundo. Em seu novo romance, FORA DE MIM, Bach decola em uma aventura que ultrapassa as fronteiras do tempo e penetra no vasto mundo da imaginação.
A viagem começa quando Bach está remodelando seu avião. Porém, desenhos perfeitos - simples e práticos - parecem surgir do nada em sua mente. Mas quando uma imagem surge acompanhada de uma mulher intrigante, ele decide descobrir a origem de suas estranhas visões. Sua busca leva a um destino inusitado e impressionante: um universo paralelo, onde um fabricante inglês de aviões resolve problemas para aviadores encrencados. Lá, Bach conhece Derek Hawthorne, seu guia, e uma jovem designer de aviões, Laura Bristol.
Seus trabalhos visionários estabeleceram uma nova perspectiva na divisão tradicional de mente, matéria e espírito, despertando inúmeros indivíduos para a alegria que existe em nós mesmos, no mundo e o que quer que se esconda além disso tudo.
E FORA DE MIM é um convite a descobrir por nós mesmos um universo de possibilidades incríveis.
O autor do best-seller Fernão Capelo Gaivota, Richard Bach é pais de seis filhos, ex-professor de filosofia de vôo na Embry-Riddle Aeronautical University, expert em disputas de xadrez ao computador, Bach enveredou pela prática jornalística, ao lançar um jornal sobre aviação. Das notas de sua coluna saíram os fragmentos para o livro Ilusões, outro famoso best-seller. Sua experiência na literatura infantil foi marcante já que Longe é um lugar que não existe, publicado no ano de 1979, freqüentou as listas de mais vendidos do mundo inteiro.
No Brasil, foram publicados Fernão Capelo Gaivota, O Dom de voar, Fugindo do ninho, Ilusões, Longe é um lugar que não existe, O paraíso é uma questão pessoal, A ponte para o sempre e Um.//
Creio que o livro Fernão Capelo Gaivota se baseia em questões da Filosofia Clínica:
Filosofia Clínica
A Filosofia Clínica é um exercício filosófico que se aplica às questões existenciais, para trabalhar os choques mais graves e violentos que ocorrem na Estrutura de Pensamento de uma pessoa. É o uso do conhecimento filosófico empregado à psicoterapia, ou seja, é uma atividade filosófica aplicada à terapia do indivíduo.
Essa atividade filosófica parte do princípio de Protágoras: “o homem é a medida de todas as coisas”, que é complementado por Shopenhauer quando diz que o mundo é representação de cada um: “o mundo é a minha representação (...) tudo o que existe, existe para o pensamento, isto é, o universo inteiro apenas é objeto em relação a um sujeito, percepção, apenas em relação a um espírito que percebe numa palavra, é pura representação”. Sendo assim, existem tantas representações de mundo quantas pessoas existem sobre a face da terra.
A clínica entre Filósofo e Partilhante
O partilhante, como chamamos em Filosofia Clínica, é a pessoa que procura ajuda, ela nos chega trazendo um assunto primeiro, que denominamos de Assunto Imediato. Tal assunto pode ser uma queixa, uma dor existencial, um conflito pelo qual a pessoa está passando, enfim é algo que está lhe incomodando, e por isso ela precisa de alguém que a ajude ou que simplesmente a escute. Nas primeiras seções, o Filósofo Clínico deixa a pessoa falar, desabafar o que está lhe machucando sem fazer interferências - na Filosofia Clínica nós denominamos tal interferência de agendamento mínimo, ou seja, nós não questionamos à pessoa sobre aquilo que supomos ser seu problema. Após a pessoa ter esgotado esse Assunto Imediato, pedimos que ela nos relate sua história de vida, para que possamos lhe conhecer melhor, pois, a priori não sabemos nada sobre a pessoa que nos chega, por isso, precisamos conhecê-la, entender como ela funciona, como é seu discurso, sua fala, seus anseios, suas preferências, seus Pré-juízos, suas buscas, e assim por diante.
Tendo passado por essa etapa de conhecer a pessoa, tendo colhido sua historicidade, e estando com dados e informações suficientes sobre ela (o que leva em média, de cinco a dez seções), passamos então, a partir das informações dadas por ela mesma, a montar sua Estrutura de Pensamento. Assim, com a Estrutura de Pensamento montada, e já sabendo como a pessoa age e funciona diante do mundo em que vive, passamos a utilizar os Sub-Modos, que são maneiras e modos que a própria pessoa se utiliza para desconstruir choques e resolver os seus problemas. Caso a pessoa não tenha ainda nenhum sub-modo próprio que ela já utilize, podemos criar, a partir da sua Estrutura de Pensamento, Sub-modos a fim de que ela possa agir e superar seus conflitos, crises, dores existenciais e assim por diante. É preciso deixar claro que é o partilhante que nos dá referências e que interpreta, portanto, nossa ferramenta de trabalho quem nos dá é a pessoa, no decorrer da clínica.
Mas, para que haja uma boa clínica é preciso que o filósofo conheça e exerça a arte da empatia. Além disso, é necessário uma boa interseção entre Filósofo Clínico e partilhante. Interseção definimos como sendo um bom relacionamento, uma amizade positiva entre Filósofo e partilhante. Tal interseção é de extrema importância a fim de que ambos possam confiar plenamente um no outro, assim a clínica flui e se desenvolve. O resultado da clínica dependerá da qualidade da interseção entre o filósofo e a pessoa, portanto, ambos são responsáveis pelo bom andamento do processo clínico.
A relação filósofo-partilhante é uma relação essencialmente de amizade. Cabe ao filósofo ter os cuidados de somente aceitar como partilhante alguém que em sua existência ocuparia de certo modo um tal lugar, reservado à amizade.
A boa qualidade de interseção refere-se à empatia, sintonia, harmonia, amizade e interesse mútuo em proveito de uma causa. Causa esta que é o bem estar do partilhante.
Fundamentação:
A Filosofia Clínica é toda construída sob bases filosóficas desde as raízes, ou seja, dos Pré-socráticos à Derrida, Foucault...etc.
Métodos:
Não há um método, mas vários. Os métodos da Filosofia Clínica constam de: historicidade, fenomenologia e epistemologia.
Historicidade: trata-se do modo de ser do mundo histórico ou de qualquer realidade histórica. Em clínica é um dos métodos adotados nos Exames Categoriais, por meio do qual se faz a interpretação dos fatos, conceitos, eventos da vida pessoal e suas implicações atuais e futuras correlatas.
Fenomenologia: o termo significa o estudo dos fenômenos, isto é, daquilo que aparece à consciência, daquilo que é dado. Consiste em descrever o que é possível e não explicar nem analisar, segundo Merleau-Ponty. Em clínica é o estudo das coisas que aparecem sem preocupações com o subconsciente ou com o inconsciente.
Epistemologia: no sentido bem amplo, podemos considerar o estudo metódico e reflexivo do saber, de sua organização, de sua formação, de seu desenvolvimento, de seu funcionamento e de seus produtos intelectuais. A Filosofia Clínica usa três campos filosóficos como maneira de conhecer: Lógica Formal, Esteticidade e Matemática Simbólica.
Lógica Formal: é utilizada na primeira parte da clínica, isto é, quando dos Exames Categoriais, Divisão e Estrutura de Pensamento, porque nesse primeiro momento o Filósofo Clínico se preocupa tão somente com a forma, em como o partilhante vai relatar a sua historicidade. Isso significa observar se o raciocínio tem início, meio e fim. Qual a coerência do pensamento, se existem muitos saltos lógicos e temporais?
Matemática Simbólica: é o uso de símbolos (signos) matematizáveis em clínica. A Matemática Simbólica é a apreensão do todo, lida com universais, serve para trabalhar com grupos, instituições, cidades, sociedades, épocas, etc.
Analítica da Linguagem: é utilizada principalmente com Wittgenstein, nos “jogos de linguagem”, em que “o sentido da palavra está no seu uso”. A Filosofia Clínica preocupa-se com o esclarecimento das expressões lingüísticas e, mais abstratamente, com questões sobre a significação, a verdade, a referência, etc.
LÚCIO PACKTER, O SISTEMATIZADOR DA FILOSOFIA CLÍNICA
Tenho certeza de que muitos já ouviram falar em Sócrates, Platão e Aristóteles, Santo Agostinho, Descartes e Abelardo; Hobbes, Kant e Locke; Hegel, Marx e Sartre, enfim eles são muitos. Mas, provavelmente, vocês ainda não ouviram falar em Lúcio Packter. E é sobre ele e sobre seu grande projeto: Filosofia Clínica, que pretendemos tratar neste minicurso.
Na verdade, a Filosofia Clínica não foi inventada por Lúcio Packter, ele simplesmente foi o genial compilador que sistematizou, tornou possível a Filosofia Clínica a partir da Filosofia Acadêmica. Filosofia como terapia já existia desde a “ágora” com Sócrates, que através da maiêutica fazia com que seu interlocutor fosse ao encontro de si mesmo. Sócrates, por sua vez, se dizia estéril, pois só sabia que nada sabia, e assim, procurava auxiliar as pessoas a conceber suas próprias idéias.
Alguns filósofos, como disse Marx, simplesmente “...se limitaram em interpretar o mundo de diferentes maneiras...”; cada um, a sua maneira, de forma magnífica. O legado dessa sabedoria que todos eles nos deixaram foi o que permitiu a Lúcio Packter dar vida à Filosofia Clínica - sem essa sabedoria talvez hoje não teríamos essa mais nova e belíssima arte, que é a arte da terapia em Filosofia. Ela não é a única nem a melhor, é simplesmente mais uma nova abordagem de se fazer terapia. É mais uma nova forma que encontramos para trabalhar os nossos conflitos e problemas existenciais. Assim, torna-se possível, para nós filósofos, utilizarmos todo conhecimento apreendido num curso de graduação em Filosofia, em prol do ser humano, de forma ativa, na práxis.
Em 1994, O filósofo gaúcho Lúcio Packter fundou um Instituto em Porto Alegre com uma proposta bastante diferenciada de tudo o que já foi desenvolvido em sua área no Brasil. Depois de dez anos de estudos e após a conclusão de seu curso de graduação na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Viamão, Porto Alegre, Packter criou sozinho a Filosofia Clínica. Naquela época, ninguém sabia do que se tratava - e até hoje ainda é uma teoria desconhecida da maioria. Ela foi totalmente idealizada por Packter, que escreveu dezoito cadernos temáticos para ministrar as aulas do curso que estava iniciando.
A Filosofia Clínica se baseia em várias correntes filosóficas, como a Pré-socrática, Empirista, Filosofia da Linguagem, entre outras. Seu objetivo é o mesmo da psicanálise e da Psicologia: ajudar as pessoas a resolver seus problemas e conflitos existenciais.
Principais características do Filósofo Clínico:
O Filósofo Clínico é, inicialmente, aquele que se dispõe a compartilhar um caminho incerto com outras pessoas, a atuar filosoficamente em cada endereço desse caminho tal, pois é em cada endereço que a identidade se modela. Partilhando um período da existência de outro ser, o Filósofo Clínico é um amigo que usa seus conhecimentos filosóficos a serviço da terapia do indivíduo.
“Não somos médicos da alma, como os sacerdotes;
não somos médicos do corpo e nem mesmo do pensamento.
Somos apenas Filósofos Clínicos, humanos.
Somos um amigo que está disposto a ouvir, dialogar.
A Filosofia Clínica não é toda a resposta, ela é uma das respostas entre tantas que cada um tem como verdades subjetivas”.
(Lúcio Packter)
ESTRUTURA DE PENSAMENTO
Em Filosofia Clínica chamamos de Estrutura de Pensamento tudo aquilo que a pessoa conhece, sente, intui, tudo o que há na pessoa na sua totalidade. É a própria pessoa, são os seus pensamentos, opiniões, sonhos, objetivos, seu modo singular de ver e viver a vida. É, enfim, o mundo existencial da pessoa.
A Estrutura de Pensamento é única, móvel e plástica, ou seja, ela muda de pessoa para pessoa e se modifica em cada um durante toda a vida. Cada ser, cada indivíduo é único e singular, porém, o que possuímos em comum é uma Estrutura de Pensamento.
Segundo Protágoras “O homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são, e daquelas que não são, por aquilo que não são”. Para Sartre, o homem é um projeto que faz de si mesmo, ele nada será enquanto não fizer de si alguma coisa. Assim, a existência do homem é um projetar-se no sentido de impulsionar-se para o Futuro, isto é, para o vir a ser. Portanto, cada ser será aquilo que ele desejar ser, e será o que fizer de si mesmo, enquanto projeto e enquanto medida de seus limites e vontades.
Em momento algum a Filosofia Clínica carateriza a pessoa como um ser com características e qualidades universais do tipo: o homem é um animal racional. A Filosofia Clínica não trabalha com esse tipo de homem cujas propriedades são universais, mas trabalha com o José, com a Maria, com o João, o Antônio e assim por diante. Essa definição aristotélica é por demais ampla, pois ela não capta o que há de essencial no ser que é a sua individualidade e singularidade, seus sonhos, desejos e vontades que são suas propriedades.
A pessoa é de uma criatura plástica, cuja identidade se molda conforme sua Estrutura de Pensamento se forma e evolui. A plasticidade é outra característica do homem que podemos identificá-la como sendo comum a todos; embora haja aqueles que possuem uma certa resistência às mudanças, não podemos negá-la. Tudo muda em nós, não é só o físico, não é só o cabelo que fica branco e não são só as rugas que aparecem, mas os nossos pensamentos e comportamentos também mudam. E, desta forma, é impossível continuarmos sendo a mesma pessoa durante toda a vida. E para aqueles que não querem se parecer volúveis, ou pessoas de personalidade “fraca”, uma ressalva: mudar não significa ser fraco, muito menos volúvel no sentido negativo, mudar, segundo os Pré-juízos da Filosofia Clínica, é o mesmo que crescer, visto que a mudança faz parte do processo de amadurecimento.
E assim, mediante sua plasticidade, o homem cria seu mundo, seus dramas e seus conflitos, e é ele mesmo que deve criar e buscar a solução de seus conflitos. É a própria pessoa que tem as chaves para entrar em seu próprio paraíso ou em seu inferno. É cada ser que se permite ser feliz ou não.
Lúcio Packter ao desenvolver seu Projeto: Filosofia Clínica, elencou 30 (trinta tópicos) que possam ocorrer numa Estrutura de Pensamento. Mas isso não significa que todas as pessoas tenham todos os tópicos desenvolvidos em sua malha intelectiva. Uma pessoa pode ter cinco, dez, quinze ou até 20 tópicos. Alguns tópicos podem estar em harmonia entre si, mas em conflito com o restante. Outros são harmoniosos quando agem em separado e em conflitos explosivos quando associados. Alguns agem anulando outros tópicos. Associado com um, enriquece um outro. Alguns podem ser muito significativos à pessoa, outros não.
Todas as pessoas possuem uma Estrutura de Pensamento, inclusive os grupos como: Empresas, Escolas, Grupos de amigos, Família, etc...
Por fim, é imprescindível saber que uma Estrutura de Pensamento não se solidifica, ela é móvel e se transforma durante toda a vida.
TÓPICOS DA ESTRUTURA DE PENSAMENTO
EP - 1. COMO O MUNDO PARECE FENOMENOLOGICAMENTE
Quando uma pessoa afirma uma coisa, isso é assim para ela. O primeiro ensinamento fundamental ao Filósofo Clínico foi dado por Protágoras de Abdera, o qual diz que: “o homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são e daquelas que não são por aquilo que não são”. Quem expressa algo está somente manifestando seus limites, seu sistema métrico com o qual faz a mensuração dos dados que se apresentam no mundo onde vive.
Por conseguinte, as pessoas vivenciam as experiências de modo diverso, tendo conclusões diversas. Cada um, acordante com suas estruturas lógicas internas, está em posse das suas verdades subjetivas. Portanto, as convenções e o respeito são as formas encontradas para podermos viver em sociedade.
Aqui se considera o relativismo, o subjetivismo do homem que se determina em si, em direção a tudo aquilo que o envolve, sempre a partir de si mesmo.
Cada um vive em suas inerências e especificidades: modos de ser, de estar, de expressar, e as generalizações nos possibilitam um parentesco e comunhão existencial dentro da qual vivencíamos as nossas especificidades. Desta forma, tudo o que a pessoa pode considerar a respeito de qualquer coisa é sempre um modo exclusivo seu de entendimento. “Como cada coisa aparece para mim, assim ela é para mim; como cada coisa aparece para ti, assim ela é para ti”. (Lúcio Packter)
EP - 2. O QUE ACHA DE SI MESMO
Neste tópico temos o que a pessoa expressa de si mesma. O que ela traduz, imagina, sente, intui, reflete e possui a respeito de si mesma. Para algumas pessoas este tópico pode não ter importância nenhuma, já para outras, pode ser o que há de mais essencial. Não necessariamente uma pessoa tem opiniões formadas a respeito de si. Há pessoas que nunca pensaram nisso e vivem muito bem. E elas não tem, necessariamente, de ter essas opiniões sobre si. A pessoa mensura-se e representa-se de um modo que somente podemos aprender via interseção.
Exemplo: Metade, Oswaldo Montenegro
E que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito mas a outra metade é silêncio
Que a música que eu ouço ao longe seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja para sempre amada mesmo que distante
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece
nem repetidas com fervor, apenas respeitadas,
como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora, se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão
Que o medo da solidão se afaste
Que o convívio comigo mesmo me torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito
E que teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor e a outra metade também.
EP - 3 SENSORIAL & ABSTRATO
Experiência é quando nossos sentidos estão de alguma forma sendo estimulados, ou seja, quando tocamos, vemos, sentimos sabores/aromas, quando ouvimos. Assim tais percepções e impressões constituem a experiência.
“...o ponto de partida é uma classificação de tudo aquilo que se dá a conhecer como sendo de dois tipos: impressões e idéias. As impressões são os dados fornecidos pelos sentidos, sejam internas - como a percepção de um estado de tristeza - sejam externas, como a visão de uma paisagem ou a audição de um ruído. As idéias são representações da memória e da imaginação e resultam das impressões como suas cópias modificadas; podem ser associadas por semelhança, contiguidade espacial e temporal e causalidade. ...” (Hume)
“... As idéias de sensação proviriam do exterior, enquanto as de reflexão teriam origem no próprio interior do indivíduo.” (Locke)
Exemplo 1:
Sensorial = o beijo (tem relação com o empírico)
Abstrato = lembrança do beijo.
Exemplo 2:
E se eu disser (autor desconhecido)
E se eu disser que te amo - assim, de cara,
sem mais delonga ou tímidos rodeios,
sem nem saber se a confissão te enfada
ou se te apraz o emprego de tais meios?
E se eu disser que sonho com teus seios,
teu ventre, tuas coxas, tua clara maneira de sorrir
os lábios cheios da luz que escorre de uma estrela rara?
Se eu disser que à noite não consigo
sequer adormecer porque me agarro
à imagem que de ti em vão persigo?
Pois eis que o digo, amor. E logo esbarro
em tua ausência - essa lâmina exata
que me penetra e fere e sangra e mata.
EP - 4. EMOÇÕES.
É o movimento em partes da EP que a pessoa vivência como um estado afetivo qualquer: prazer, dor, alegria, tristeza, amor, ódio, bem-estar, mal-estar, esperança, desejo, saudade, carinho, etc. Assim, engloba todo e qualquer tipo de sentimento.
Exemplo:
Jura Secreta, Abel Silva e Sueli Costa
Só uma coisa me entristece.
O beijo de amor que não roubei.
A jura secreta que não fiz.
A briga de amor que não causei.
Nada do que posso me alucina.
Tanto quanto o que não fiz.
Nada que eu quero me suprime.
De que por não saber ainda não quis
Só uma palavra me devora.
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que não sofri.
EP - 5. PRÉ-JUÍZOS
Em Filosofia Clínica Pré-juízos é um dos tópicos que em geral são inevitáveis numa Estrutura de Pensamentos, ou seja, é possível encontrarmos no ser humano, em geral, este tópico tão significativo.
Os Pré-juízos são as verdades subjetivas que habitam em nosso ser, em nossa alma, verdades que se justificam durante toda vida. Bem e mal são conceitos subjetivos. De um modo geral, podem ser defeitos ou virtudes.
Em resumo, eles são verdades subjetivas que a pessoa traz previamente e que entrarão em contato com o que vai vivendo. Isso é assim para mim, sem antes saber mais a respeito.
Exemplo:
Você Aprende, Willian Shakespeare
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de algum tempo você aprende que o Sol queima se você ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva alguns anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pois pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, por não importar quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que ter paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que se possa voltar atrás.
Portanto, plante seu jardim e decorre sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.
Fundamentação dos objetivos específicos
O objetivo deste minicurso tem como prioridade: promover uma mostra sobre Filosofia Clínica a todos aqueles que tenham interesse no assunto, colocar aos participantes sobre a importância da empatia em nossos relacionamentos, trabalhar o tópico “Pré-juízos”, e por fim sugerirmos, como reflexão, analisando o texto “Bom Senso: Verdade Subjetiva” que às vezes, bom-senso, tolerância e discernimento podem ser o suficiente para não afrontarmos nossos amigos, familiares e colegas de trabalho.
A importância de se fazer Terapia
Em virtude do mundo que vivemos, onde as pessoas só trabalham, estamos sempre correndo, sem saber ao menos para onde vamos. O dia acaba e o que nos resta é estresse e cansaço. E assim, cansados e estressados, não temos tempo para os nossos amigos, familiares e nem para nós mesmos. Os anos passam, enriquecemos, adquirimos bens, propriedades, conseguimos aquele cargo tão cobiçado - ou não, muitas vezes os anos passam e continuamos com a mesma vida de sempre. Porém, e as nossas inquietações e conflitos existenciais? E o nosso crescimento pessoal? Pode acontecer de termos aumentado nossa conta bancária, mas ao mesmo tempo nosso crescimento como pessoa ficou para trás, e assim, volta e meia nos questionamos sobre o que tanto fizemos que ainda não conseguimos paz em nosso lar, tranqüilidade em nossos relacionamentos, harmonia com os amigos e colegas. E em meio a estes questionamentos percebemos que estamos sozinhos num mundo tão grande. Sem ao menos alguém para nos ouvir.
Diante deste quadro não podemos negar que a carência de ouvidos é “quase” que comum a todos nós. Homens, mulheres, jovens, velhos e até mesmo as crianças gostam e sentem necessidade de falar sobre si. Mas para tanto, é preciso o “outro”. É preciso que exista o pai que ouve o filho; é preciso a esposa que ouve o marido, e o marido que ouve a esposa; é preciso, no entanto, um amigo que nos ouça.
Desta forma, a terapia é uma saída que podemos encontrar, nos dias atuais, a fim de podermos melhorar nossa qualidade de vida, no sentido de não guardarmos para nós mesmos nossos medos, frustrações, sonhos, emoções etc. Daí a necessidade de alguém com quem partilhar nossos projetos e nossos fracassos. Acontece que nem sempre temos um amigo para nos ouvir, ligamos para um, ninguém atende, o outro está ocupado e assim por diante. Quando encontramos alguém disposto a nos ouvir, este por sua vez, ou nos censura ou nos vem com conselhos. E assim, mais uma vez percebemos o quanto é difícil encontrar uma pessoa que esteja totalmente predisposta a nos ouvir, sem julgamentos.
Essa necessidade de falar sobre si mesmo é o que mais temos percebido em clínica, em nossos trabalhos dentro de consultório. Num primeiro momento o Filósofo Clínico, só ouve; esse ato por si só já é clínica, e isso resulta num grande bem estar à pessoa. Ouvir não é um exercício fácil, ele requer atenção e carinho para com a pessoa que fala; requer paciência, tolerância, suspensão de juízo e empatia. E mais, ouvir implica numa entrega ao outro, é quando deixamos nossas coisas, nossos pensamentos para somente compreender o que o outro está falando.
Acontece ainda da pessoa chegar à clínica e ficar em silêncio, isso para o Filósofo Clínico, tem grande valor - se a pessoa deseja ficar em silêncio a única coisa que podemos fazer é respeitar sua atitude.
Além da habilidade de ouvir o Filósofo Clínico, vai estar com o partilhante durante um certo tempo para que juntos possam desconstruir choques, amenizar conflitos e dores existenciais. A Filosofia Clínica é indicada para pessoas que estão passando por algum momento difícil em suas vidas, ou até mesmo àqueles que desejam se conhecer melhor. Nós, Filósofos Clínicos, não medicamos e muito menos aconselhamos, simplesmente trabalhamos com a individualidade e subjetividade da pessoa, isto é, com aquilo que lhe é próprio, sua história de vida, que deve ser respeitada acima de tudo, pobre ou rica em experiências é uma história de vida, que, ao ser relatada é mantida em sigilo. Pois, o Filósofo Clínico tem um código de Ética a ser seguido.
Sobre a importância da empatia
Empatia é a capacidade de saber e até mesmo sentir como o outro se sente. É o mesmo que estar diante de uma pessoa que sofre e passar a sofrer junto. É se colocar no lugar do outro e tentar imaginar-se passando pela dor alheia.
A empatia requer dois pressupostos: atenção e comunicação. Para compreendermos o que se passa com a outra pessoa, primeiramente, precisamos ouvi-la, precisamos nos desligar de nós mesmos para nos sintonizarmos somente na pessoa. Em segundo lugar é preciso uma verdadeira comunicação, isto é, comunicarmos uns com os outros, e não para os outros.
Se não soubermos nos comunicar, e, se num diálogo, alguma coisa ficar “subentendida” entre duas pessoas, pode ocorrer a origem de muitos desentendimentos.
É por isso que devemos aprender a nos comunicar com o outro, além de saber ouvir, tal atitude se faz urgente a fim de que possamos diminuir os nossos Pré-juízos em relação àquilo que ficou subentendido; e para que possamos fortalecer os nossos vínculos de amizade com amigos e familiares. E ainda, para que possamos satisfazer a nossa necessidade de seres humanos que é a de nos comunicar uns com os outros. Aqui, agora e sempre.
Os nossos “Pré-juízos” de todos-os-dias
O prefixo “Pré” tem o sentido de anterioridade, ele especifica tudo aquilo que vem, ou que está antes de alguma coisa. Juízo, por sua vez, significa ato de julgar, significa conceito, parecer, opinião. A união destes dois termos resulta, portanto, na palavra pré-juizo que é o mesmo que julgar antecipadamente, isto é, significa que emitimos conceito, julgamos acerca de fatos ou de pessoas que não conhecemos. Agimos, assim, tão naturalmente, com nossas crenças e verdades, que nos esquecemos das razões e verdades do “outro”.
Ter Pré-juízos não é bom nem ruim. Mas, como tudo em nossas vidas, eles podem ser usados positiva ou negativamente, ou seja, ou para o bem, ou para o mal. De que forma utilizamos os nossos Pré-juízos para o bem? Simplesmente considerando que tudo o que somos, tudo o que pensamos ser, faz parte de nossas crenças e verdades subjetivas, e que o “outro”, da mesma forma, possui as suas crenças e seus princípios de verdade.
Assim, partindo deste pressuposto, uma forma positiva de utilizarmos nossos Pré-juízos seria emitindo-os, justificando que nossos juízos e nossas opiniões são nossas e que há no mundo juízos e opiniões diferentes das nossas, e que o modo como “eu” penso é simplesmente o “meu” modo de pensar. Podemos falar sobre os nossos “achismos”, porém, não impondo o que pensamos, e ainda, deixando um espaço para que o outro expresse também a sua verdade.
E as conseqüências negativas de nossos Pré-juízos? O lado negativo ocorre quando queremos impor, seja aos nossos colegas de trabalho, seja aos nossos amigos, vizinhos ou familiares, opiniões nossas como sendo verdades universais que todos devessem seguir, sem respeitar o modo de ser do outro, seus hábitos e sua cultura.
Mesmo com pessoas de outras culturas que não temos contato, não podemos impor nossas verdades como sendo “A Verdade”. O fato de nós, brasileiros, comermos carne de vaca e tê-la em nossa preferência, não nos dá o direito de criticarmos os coreanos que preferem carne de cachorro. Essa diferença é uma questão cultural.
O forte pressuposto desse tópico numa Estrutura de Pensamento é o seguinte: não vi, não sei e não gostei. E assim, agimos ignorando coisas, ocasiões e circunstâncias sem saber do que se trata, é como olhar para um livro e dizer: não gosto de ler, ou não gosto deste livro, sem ao menos ter lido uma página sequer. Ainda, é como olhar para uma pessoa e dizer: não fui com a cara dele, sem ao menos conhecê-la, não gosto de macarrão ao alho e óleo sem ao menos ter provado.
Este tópico implica numa questão que é muito debatida: as diferenças. O que acontece é que cada um de nós tem na vida um temperamento e um estilo únicos. Como seria monótono se todos nós expressássemos de maneira semelhante, e se gostássemos somente de uma cor, e se as pessoas só estudassem Filosofia? Creio que o mundo estaria precário, sem médicos e comerciantes e sem graça sem os músicos e os artistas. E assim por diante.
A diferença é o tempero do comportamento humano que nos torna tão fascinantes. Alguns investem ousadamente na vida, outros optam pela segurança. Alguns são ávidos pelas relações sociais, outros preferem a solidão. Há os que enfrentam o dia-a-dia com entusiasmo, outros são cautelosos. Há tantos enfoques à vida quantas pessoas existem neste mundo. Segundo os meus Pré-juízos, na medida em que permanecemos abertos às diferenças, crescemos e enriquecemos constantemente. Desta forma, podemos acreditar que é possível sermos diferentes e ainda estarmos certos.
Bom Senso Verdade Subjetiva
Embora percebamos no cotidiano a necessidade de superar certas limitações do comportamento, nunca achamos que precisamos de mais bom senso do que já temos. Será ???
Justamente aquele bom-senso que dirige nossas atitudes quando cremos estar agindo, na maioria das vezes, de maneira correta. Talvez precisemos de mais humildade, menos arrogância no saber que achamos possuir..., afinal de contas, não é por esse saber que nos guiamos?
A vida é uma grande oportunidade e isto torna cada um responsável por uma existência individual que precisa ser cuidada. Somos criaturas de Deus, feitas de LUZ, de PAZ, de BEM e de AMOR. Que mais é necessário buscar, senão expandir essa LUZ, resplandecer de PAZ, contagiar de BEM e AMAR cada outro ser?
Que os valores em que acreditamos não sejam apenas crença, mas prática de vida. Que as coisas que admiramos não fiquem no campo da contemplação, mas que sejam inspiradoras de mudança, de conversão da nossa alma e coração; de ação transformadora no dia-a-dia em prol de um mundo mais humano. Não só um mundo fechado e conveniente – na maioria das vezes restrito a poucos e quase sempre um mundo de iguais - mas em todos os níveis e sentidos.
Procuremos, portanto, sempre nos esforçar para superar os preconceitos e reconhecer as diferenças como qualidades de cada um. Que a amizade tome conta de tudo aquilo em que acreditamos para que descubramos em cada pessoa uma parte de nós mesmos, pois todas as vezes que dizemos não ao outro em palavras ou atitudes é uma oportunidade de servir, amar e compartilhar que se perde ...
Querubim
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOLEMAN, Daniel, Inteligência Emocional, Trad. Marcos Santarrita, Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
HISTÓRIA DA FILOSOFIA, Coleção os Pensadores, 1999.
KANT, Coleção os Pensadores, 1980.
PACKTER, Lúcio, Filosofia Clínica Propedêutica. Porto Alegre: AGE, 1997.
______________, Cadernos de Filosofia Clínica. Porto Alegre, 1995 e 1999.
PAULO, Margarida Nichele, Compêndio de Filosofia Clínica - Porto Alegre: Imprensa Livre, 1999.
SCHOPENHAUER, Coleção os Pensadores, 1999
SOCRÁTES, Coleção os Pensadores - 1999.
Textos, poemas e músicas encontrados na Internet.
Anotações das aulas ministradas pelo Professor Hélio Strassburger, do Curso de Especialização (Nov/2000 - Abril/2002).
Eu li o livro todo de uma só vez sem poder nem mesmo desviar os olhos de tão maravilhoso e compenetrante... demais. Muito filosófico, me fez pensar em muitas coisas que já havia pensado antes, pareceu que o livro foi escrito pra mim, nunca consegui porém reunir todos esses pensamentos de uma forma tão bonita e harmoniosa.
Há passagens que ilustram a terra, o paraíso e o inferno que modo único e original, dando um sentido quase religioso, em certos momentos percebe-se uma possível explicação racional para o amor, a saga de Jesus e a ressurreição como feitos não só possíveis mas também muito simples para quem já atingiu estágios mais elevados de consciência. Pessoalmente não acredito em nenhuma religião, nem que nada do que está escrito realmente possa ter acontecido. Mas a visão original da obra é no mínimo intrigante.
Outros comentários
FCG-I
FCG-II
Escrita em ingles por Richard Bach sob categoria de Literatura e Ficção, com o título do original "Jonathan Livingston Seagull". (Juan Salvador Gaviota - versão em espanhol)
Agora pretendo localizar e ler outras obras similares talvez até mesmo do Richard Bach, por que não?
One by Richard Bach category Literature & Fiction. - Would we change if we knew what waited beyond time and space?
The long walk - by Stephen King (Richard Bachman) category Mystery & Thrillers .
"ah então o Stephen King e o Richard Bach eram amiguinhos..."
Fora de mim
//Ao escrever obras imortais como Fernão Capelo Gaivota e Ilusões, Richard Bach conquistou um lugar definitivo no coração dos leitores de todo o mundo. Em seu novo romance, FORA DE MIM, Bach decola em uma aventura que ultrapassa as fronteiras do tempo e penetra no vasto mundo da imaginação.
A viagem começa quando Bach está remodelando seu avião. Porém, desenhos perfeitos - simples e práticos - parecem surgir do nada em sua mente. Mas quando uma imagem surge acompanhada de uma mulher intrigante, ele decide descobrir a origem de suas estranhas visões. Sua busca leva a um destino inusitado e impressionante: um universo paralelo, onde um fabricante inglês de aviões resolve problemas para aviadores encrencados. Lá, Bach conhece Derek Hawthorne, seu guia, e uma jovem designer de aviões, Laura Bristol.
Seus trabalhos visionários estabeleceram uma nova perspectiva na divisão tradicional de mente, matéria e espírito, despertando inúmeros indivíduos para a alegria que existe em nós mesmos, no mundo e o que quer que se esconda além disso tudo.
E FORA DE MIM é um convite a descobrir por nós mesmos um universo de possibilidades incríveis.
O autor do best-seller Fernão Capelo Gaivota, Richard Bach é pais de seis filhos, ex-professor de filosofia de vôo na Embry-Riddle Aeronautical University, expert em disputas de xadrez ao computador, Bach enveredou pela prática jornalística, ao lançar um jornal sobre aviação. Das notas de sua coluna saíram os fragmentos para o livro Ilusões, outro famoso best-seller. Sua experiência na literatura infantil foi marcante já que Longe é um lugar que não existe, publicado no ano de 1979, freqüentou as listas de mais vendidos do mundo inteiro.
No Brasil, foram publicados Fernão Capelo Gaivota, O Dom de voar, Fugindo do ninho, Ilusões, Longe é um lugar que não existe, O paraíso é uma questão pessoal, A ponte para o sempre e Um.//
Creio que o livro Fernão Capelo Gaivota se baseia em questões da Filosofia Clínica:
Filosofia Clínica
A Filosofia Clínica é um exercício filosófico que se aplica às questões existenciais, para trabalhar os choques mais graves e violentos que ocorrem na Estrutura de Pensamento de uma pessoa. É o uso do conhecimento filosófico empregado à psicoterapia, ou seja, é uma atividade filosófica aplicada à terapia do indivíduo.
Essa atividade filosófica parte do princípio de Protágoras: “o homem é a medida de todas as coisas”, que é complementado por Shopenhauer quando diz que o mundo é representação de cada um: “o mundo é a minha representação (...) tudo o que existe, existe para o pensamento, isto é, o universo inteiro apenas é objeto em relação a um sujeito, percepção, apenas em relação a um espírito que percebe numa palavra, é pura representação”. Sendo assim, existem tantas representações de mundo quantas pessoas existem sobre a face da terra.
A clínica entre Filósofo e Partilhante
O partilhante, como chamamos em Filosofia Clínica, é a pessoa que procura ajuda, ela nos chega trazendo um assunto primeiro, que denominamos de Assunto Imediato. Tal assunto pode ser uma queixa, uma dor existencial, um conflito pelo qual a pessoa está passando, enfim é algo que está lhe incomodando, e por isso ela precisa de alguém que a ajude ou que simplesmente a escute. Nas primeiras seções, o Filósofo Clínico deixa a pessoa falar, desabafar o que está lhe machucando sem fazer interferências - na Filosofia Clínica nós denominamos tal interferência de agendamento mínimo, ou seja, nós não questionamos à pessoa sobre aquilo que supomos ser seu problema. Após a pessoa ter esgotado esse Assunto Imediato, pedimos que ela nos relate sua história de vida, para que possamos lhe conhecer melhor, pois, a priori não sabemos nada sobre a pessoa que nos chega, por isso, precisamos conhecê-la, entender como ela funciona, como é seu discurso, sua fala, seus anseios, suas preferências, seus Pré-juízos, suas buscas, e assim por diante.
Tendo passado por essa etapa de conhecer a pessoa, tendo colhido sua historicidade, e estando com dados e informações suficientes sobre ela (o que leva em média, de cinco a dez seções), passamos então, a partir das informações dadas por ela mesma, a montar sua Estrutura de Pensamento. Assim, com a Estrutura de Pensamento montada, e já sabendo como a pessoa age e funciona diante do mundo em que vive, passamos a utilizar os Sub-Modos, que são maneiras e modos que a própria pessoa se utiliza para desconstruir choques e resolver os seus problemas. Caso a pessoa não tenha ainda nenhum sub-modo próprio que ela já utilize, podemos criar, a partir da sua Estrutura de Pensamento, Sub-modos a fim de que ela possa agir e superar seus conflitos, crises, dores existenciais e assim por diante. É preciso deixar claro que é o partilhante que nos dá referências e que interpreta, portanto, nossa ferramenta de trabalho quem nos dá é a pessoa, no decorrer da clínica.
Mas, para que haja uma boa clínica é preciso que o filósofo conheça e exerça a arte da empatia. Além disso, é necessário uma boa interseção entre Filósofo Clínico e partilhante. Interseção definimos como sendo um bom relacionamento, uma amizade positiva entre Filósofo e partilhante. Tal interseção é de extrema importância a fim de que ambos possam confiar plenamente um no outro, assim a clínica flui e se desenvolve. O resultado da clínica dependerá da qualidade da interseção entre o filósofo e a pessoa, portanto, ambos são responsáveis pelo bom andamento do processo clínico.
A relação filósofo-partilhante é uma relação essencialmente de amizade. Cabe ao filósofo ter os cuidados de somente aceitar como partilhante alguém que em sua existência ocuparia de certo modo um tal lugar, reservado à amizade.
A boa qualidade de interseção refere-se à empatia, sintonia, harmonia, amizade e interesse mútuo em proveito de uma causa. Causa esta que é o bem estar do partilhante.
Fundamentação:
A Filosofia Clínica é toda construída sob bases filosóficas desde as raízes, ou seja, dos Pré-socráticos à Derrida, Foucault...etc.
Métodos:
Não há um método, mas vários. Os métodos da Filosofia Clínica constam de: historicidade, fenomenologia e epistemologia.
Historicidade: trata-se do modo de ser do mundo histórico ou de qualquer realidade histórica. Em clínica é um dos métodos adotados nos Exames Categoriais, por meio do qual se faz a interpretação dos fatos, conceitos, eventos da vida pessoal e suas implicações atuais e futuras correlatas.
Fenomenologia: o termo significa o estudo dos fenômenos, isto é, daquilo que aparece à consciência, daquilo que é dado. Consiste em descrever o que é possível e não explicar nem analisar, segundo Merleau-Ponty. Em clínica é o estudo das coisas que aparecem sem preocupações com o subconsciente ou com o inconsciente.
Epistemologia: no sentido bem amplo, podemos considerar o estudo metódico e reflexivo do saber, de sua organização, de sua formação, de seu desenvolvimento, de seu funcionamento e de seus produtos intelectuais. A Filosofia Clínica usa três campos filosóficos como maneira de conhecer: Lógica Formal, Esteticidade e Matemática Simbólica.
Lógica Formal: é utilizada na primeira parte da clínica, isto é, quando dos Exames Categoriais, Divisão e Estrutura de Pensamento, porque nesse primeiro momento o Filósofo Clínico se preocupa tão somente com a forma, em como o partilhante vai relatar a sua historicidade. Isso significa observar se o raciocínio tem início, meio e fim. Qual a coerência do pensamento, se existem muitos saltos lógicos e temporais?
Matemática Simbólica: é o uso de símbolos (signos) matematizáveis em clínica. A Matemática Simbólica é a apreensão do todo, lida com universais, serve para trabalhar com grupos, instituições, cidades, sociedades, épocas, etc.
Analítica da Linguagem: é utilizada principalmente com Wittgenstein, nos “jogos de linguagem”, em que “o sentido da palavra está no seu uso”. A Filosofia Clínica preocupa-se com o esclarecimento das expressões lingüísticas e, mais abstratamente, com questões sobre a significação, a verdade, a referência, etc.
LÚCIO PACKTER, O SISTEMATIZADOR DA FILOSOFIA CLÍNICA
Tenho certeza de que muitos já ouviram falar em Sócrates, Platão e Aristóteles, Santo Agostinho, Descartes e Abelardo; Hobbes, Kant e Locke; Hegel, Marx e Sartre, enfim eles são muitos. Mas, provavelmente, vocês ainda não ouviram falar em Lúcio Packter. E é sobre ele e sobre seu grande projeto: Filosofia Clínica, que pretendemos tratar neste minicurso.
Na verdade, a Filosofia Clínica não foi inventada por Lúcio Packter, ele simplesmente foi o genial compilador que sistematizou, tornou possível a Filosofia Clínica a partir da Filosofia Acadêmica. Filosofia como terapia já existia desde a “ágora” com Sócrates, que através da maiêutica fazia com que seu interlocutor fosse ao encontro de si mesmo. Sócrates, por sua vez, se dizia estéril, pois só sabia que nada sabia, e assim, procurava auxiliar as pessoas a conceber suas próprias idéias.
Alguns filósofos, como disse Marx, simplesmente “...se limitaram em interpretar o mundo de diferentes maneiras...”; cada um, a sua maneira, de forma magnífica. O legado dessa sabedoria que todos eles nos deixaram foi o que permitiu a Lúcio Packter dar vida à Filosofia Clínica - sem essa sabedoria talvez hoje não teríamos essa mais nova e belíssima arte, que é a arte da terapia em Filosofia. Ela não é a única nem a melhor, é simplesmente mais uma nova abordagem de se fazer terapia. É mais uma nova forma que encontramos para trabalhar os nossos conflitos e problemas existenciais. Assim, torna-se possível, para nós filósofos, utilizarmos todo conhecimento apreendido num curso de graduação em Filosofia, em prol do ser humano, de forma ativa, na práxis.
Em 1994, O filósofo gaúcho Lúcio Packter fundou um Instituto em Porto Alegre com uma proposta bastante diferenciada de tudo o que já foi desenvolvido em sua área no Brasil. Depois de dez anos de estudos e após a conclusão de seu curso de graduação na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Viamão, Porto Alegre, Packter criou sozinho a Filosofia Clínica. Naquela época, ninguém sabia do que se tratava - e até hoje ainda é uma teoria desconhecida da maioria. Ela foi totalmente idealizada por Packter, que escreveu dezoito cadernos temáticos para ministrar as aulas do curso que estava iniciando.
A Filosofia Clínica se baseia em várias correntes filosóficas, como a Pré-socrática, Empirista, Filosofia da Linguagem, entre outras. Seu objetivo é o mesmo da psicanálise e da Psicologia: ajudar as pessoas a resolver seus problemas e conflitos existenciais.
Principais características do Filósofo Clínico:
O Filósofo Clínico é, inicialmente, aquele que se dispõe a compartilhar um caminho incerto com outras pessoas, a atuar filosoficamente em cada endereço desse caminho tal, pois é em cada endereço que a identidade se modela. Partilhando um período da existência de outro ser, o Filósofo Clínico é um amigo que usa seus conhecimentos filosóficos a serviço da terapia do indivíduo.
“Não somos médicos da alma, como os sacerdotes;
não somos médicos do corpo e nem mesmo do pensamento.
Somos apenas Filósofos Clínicos, humanos.
Somos um amigo que está disposto a ouvir, dialogar.
A Filosofia Clínica não é toda a resposta, ela é uma das respostas entre tantas que cada um tem como verdades subjetivas”.
(Lúcio Packter)
ESTRUTURA DE PENSAMENTO
Em Filosofia Clínica chamamos de Estrutura de Pensamento tudo aquilo que a pessoa conhece, sente, intui, tudo o que há na pessoa na sua totalidade. É a própria pessoa, são os seus pensamentos, opiniões, sonhos, objetivos, seu modo singular de ver e viver a vida. É, enfim, o mundo existencial da pessoa.
A Estrutura de Pensamento é única, móvel e plástica, ou seja, ela muda de pessoa para pessoa e se modifica em cada um durante toda a vida. Cada ser, cada indivíduo é único e singular, porém, o que possuímos em comum é uma Estrutura de Pensamento.
Segundo Protágoras “O homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são, e daquelas que não são, por aquilo que não são”. Para Sartre, o homem é um projeto que faz de si mesmo, ele nada será enquanto não fizer de si alguma coisa. Assim, a existência do homem é um projetar-se no sentido de impulsionar-se para o Futuro, isto é, para o vir a ser. Portanto, cada ser será aquilo que ele desejar ser, e será o que fizer de si mesmo, enquanto projeto e enquanto medida de seus limites e vontades.
Em momento algum a Filosofia Clínica carateriza a pessoa como um ser com características e qualidades universais do tipo: o homem é um animal racional. A Filosofia Clínica não trabalha com esse tipo de homem cujas propriedades são universais, mas trabalha com o José, com a Maria, com o João, o Antônio e assim por diante. Essa definição aristotélica é por demais ampla, pois ela não capta o que há de essencial no ser que é a sua individualidade e singularidade, seus sonhos, desejos e vontades que são suas propriedades.
A pessoa é de uma criatura plástica, cuja identidade se molda conforme sua Estrutura de Pensamento se forma e evolui. A plasticidade é outra característica do homem que podemos identificá-la como sendo comum a todos; embora haja aqueles que possuem uma certa resistência às mudanças, não podemos negá-la. Tudo muda em nós, não é só o físico, não é só o cabelo que fica branco e não são só as rugas que aparecem, mas os nossos pensamentos e comportamentos também mudam. E, desta forma, é impossível continuarmos sendo a mesma pessoa durante toda a vida. E para aqueles que não querem se parecer volúveis, ou pessoas de personalidade “fraca”, uma ressalva: mudar não significa ser fraco, muito menos volúvel no sentido negativo, mudar, segundo os Pré-juízos da Filosofia Clínica, é o mesmo que crescer, visto que a mudança faz parte do processo de amadurecimento.
E assim, mediante sua plasticidade, o homem cria seu mundo, seus dramas e seus conflitos, e é ele mesmo que deve criar e buscar a solução de seus conflitos. É a própria pessoa que tem as chaves para entrar em seu próprio paraíso ou em seu inferno. É cada ser que se permite ser feliz ou não.
Lúcio Packter ao desenvolver seu Projeto: Filosofia Clínica, elencou 30 (trinta tópicos) que possam ocorrer numa Estrutura de Pensamento. Mas isso não significa que todas as pessoas tenham todos os tópicos desenvolvidos em sua malha intelectiva. Uma pessoa pode ter cinco, dez, quinze ou até 20 tópicos. Alguns tópicos podem estar em harmonia entre si, mas em conflito com o restante. Outros são harmoniosos quando agem em separado e em conflitos explosivos quando associados. Alguns agem anulando outros tópicos. Associado com um, enriquece um outro. Alguns podem ser muito significativos à pessoa, outros não.
Todas as pessoas possuem uma Estrutura de Pensamento, inclusive os grupos como: Empresas, Escolas, Grupos de amigos, Família, etc...
Por fim, é imprescindível saber que uma Estrutura de Pensamento não se solidifica, ela é móvel e se transforma durante toda a vida.
TÓPICOS DA ESTRUTURA DE PENSAMENTO
EP - 1. COMO O MUNDO PARECE FENOMENOLOGICAMENTE
Quando uma pessoa afirma uma coisa, isso é assim para ela. O primeiro ensinamento fundamental ao Filósofo Clínico foi dado por Protágoras de Abdera, o qual diz que: “o homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são e daquelas que não são por aquilo que não são”. Quem expressa algo está somente manifestando seus limites, seu sistema métrico com o qual faz a mensuração dos dados que se apresentam no mundo onde vive.
Por conseguinte, as pessoas vivenciam as experiências de modo diverso, tendo conclusões diversas. Cada um, acordante com suas estruturas lógicas internas, está em posse das suas verdades subjetivas. Portanto, as convenções e o respeito são as formas encontradas para podermos viver em sociedade.
Aqui se considera o relativismo, o subjetivismo do homem que se determina em si, em direção a tudo aquilo que o envolve, sempre a partir de si mesmo.
Cada um vive em suas inerências e especificidades: modos de ser, de estar, de expressar, e as generalizações nos possibilitam um parentesco e comunhão existencial dentro da qual vivencíamos as nossas especificidades. Desta forma, tudo o que a pessoa pode considerar a respeito de qualquer coisa é sempre um modo exclusivo seu de entendimento. “Como cada coisa aparece para mim, assim ela é para mim; como cada coisa aparece para ti, assim ela é para ti”. (Lúcio Packter)
EP - 2. O QUE ACHA DE SI MESMO
Neste tópico temos o que a pessoa expressa de si mesma. O que ela traduz, imagina, sente, intui, reflete e possui a respeito de si mesma. Para algumas pessoas este tópico pode não ter importância nenhuma, já para outras, pode ser o que há de mais essencial. Não necessariamente uma pessoa tem opiniões formadas a respeito de si. Há pessoas que nunca pensaram nisso e vivem muito bem. E elas não tem, necessariamente, de ter essas opiniões sobre si. A pessoa mensura-se e representa-se de um modo que somente podemos aprender via interseção.
Exemplo: Metade, Oswaldo Montenegro
E que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito mas a outra metade é silêncio
Que a música que eu ouço ao longe seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja para sempre amada mesmo que distante
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece
nem repetidas com fervor, apenas respeitadas,
como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora, se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão
Que o medo da solidão se afaste
Que o convívio comigo mesmo me torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito
E que teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor e a outra metade também.
EP - 3 SENSORIAL & ABSTRATO
Experiência é quando nossos sentidos estão de alguma forma sendo estimulados, ou seja, quando tocamos, vemos, sentimos sabores/aromas, quando ouvimos. Assim tais percepções e impressões constituem a experiência.
“...o ponto de partida é uma classificação de tudo aquilo que se dá a conhecer como sendo de dois tipos: impressões e idéias. As impressões são os dados fornecidos pelos sentidos, sejam internas - como a percepção de um estado de tristeza - sejam externas, como a visão de uma paisagem ou a audição de um ruído. As idéias são representações da memória e da imaginação e resultam das impressões como suas cópias modificadas; podem ser associadas por semelhança, contiguidade espacial e temporal e causalidade. ...” (Hume)
“... As idéias de sensação proviriam do exterior, enquanto as de reflexão teriam origem no próprio interior do indivíduo.” (Locke)
Exemplo 1:
Sensorial = o beijo (tem relação com o empírico)
Abstrato = lembrança do beijo.
Exemplo 2:
E se eu disser (autor desconhecido)
E se eu disser que te amo - assim, de cara,
sem mais delonga ou tímidos rodeios,
sem nem saber se a confissão te enfada
ou se te apraz o emprego de tais meios?
E se eu disser que sonho com teus seios,
teu ventre, tuas coxas, tua clara maneira de sorrir
os lábios cheios da luz que escorre de uma estrela rara?
Se eu disser que à noite não consigo
sequer adormecer porque me agarro
à imagem que de ti em vão persigo?
Pois eis que o digo, amor. E logo esbarro
em tua ausência - essa lâmina exata
que me penetra e fere e sangra e mata.
EP - 4. EMOÇÕES.
É o movimento em partes da EP que a pessoa vivência como um estado afetivo qualquer: prazer, dor, alegria, tristeza, amor, ódio, bem-estar, mal-estar, esperança, desejo, saudade, carinho, etc. Assim, engloba todo e qualquer tipo de sentimento.
Exemplo:
Jura Secreta, Abel Silva e Sueli Costa
Só uma coisa me entristece.
O beijo de amor que não roubei.
A jura secreta que não fiz.
A briga de amor que não causei.
Nada do que posso me alucina.
Tanto quanto o que não fiz.
Nada que eu quero me suprime.
De que por não saber ainda não quis
Só uma palavra me devora.
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que não sofri.
EP - 5. PRÉ-JUÍZOS
Em Filosofia Clínica Pré-juízos é um dos tópicos que em geral são inevitáveis numa Estrutura de Pensamentos, ou seja, é possível encontrarmos no ser humano, em geral, este tópico tão significativo.
Os Pré-juízos são as verdades subjetivas que habitam em nosso ser, em nossa alma, verdades que se justificam durante toda vida. Bem e mal são conceitos subjetivos. De um modo geral, podem ser defeitos ou virtudes.
Em resumo, eles são verdades subjetivas que a pessoa traz previamente e que entrarão em contato com o que vai vivendo. Isso é assim para mim, sem antes saber mais a respeito.
Exemplo:
Você Aprende, Willian Shakespeare
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de algum tempo você aprende que o Sol queima se você ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva alguns anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pois pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, por não importar quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que ter paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que se possa voltar atrás.
Portanto, plante seu jardim e decorre sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.
Fundamentação dos objetivos específicos
O objetivo deste minicurso tem como prioridade: promover uma mostra sobre Filosofia Clínica a todos aqueles que tenham interesse no assunto, colocar aos participantes sobre a importância da empatia em nossos relacionamentos, trabalhar o tópico “Pré-juízos”, e por fim sugerirmos, como reflexão, analisando o texto “Bom Senso: Verdade Subjetiva” que às vezes, bom-senso, tolerância e discernimento podem ser o suficiente para não afrontarmos nossos amigos, familiares e colegas de trabalho.
A importância de se fazer Terapia
Em virtude do mundo que vivemos, onde as pessoas só trabalham, estamos sempre correndo, sem saber ao menos para onde vamos. O dia acaba e o que nos resta é estresse e cansaço. E assim, cansados e estressados, não temos tempo para os nossos amigos, familiares e nem para nós mesmos. Os anos passam, enriquecemos, adquirimos bens, propriedades, conseguimos aquele cargo tão cobiçado - ou não, muitas vezes os anos passam e continuamos com a mesma vida de sempre. Porém, e as nossas inquietações e conflitos existenciais? E o nosso crescimento pessoal? Pode acontecer de termos aumentado nossa conta bancária, mas ao mesmo tempo nosso crescimento como pessoa ficou para trás, e assim, volta e meia nos questionamos sobre o que tanto fizemos que ainda não conseguimos paz em nosso lar, tranqüilidade em nossos relacionamentos, harmonia com os amigos e colegas. E em meio a estes questionamentos percebemos que estamos sozinhos num mundo tão grande. Sem ao menos alguém para nos ouvir.
Diante deste quadro não podemos negar que a carência de ouvidos é “quase” que comum a todos nós. Homens, mulheres, jovens, velhos e até mesmo as crianças gostam e sentem necessidade de falar sobre si. Mas para tanto, é preciso o “outro”. É preciso que exista o pai que ouve o filho; é preciso a esposa que ouve o marido, e o marido que ouve a esposa; é preciso, no entanto, um amigo que nos ouça.
Desta forma, a terapia é uma saída que podemos encontrar, nos dias atuais, a fim de podermos melhorar nossa qualidade de vida, no sentido de não guardarmos para nós mesmos nossos medos, frustrações, sonhos, emoções etc. Daí a necessidade de alguém com quem partilhar nossos projetos e nossos fracassos. Acontece que nem sempre temos um amigo para nos ouvir, ligamos para um, ninguém atende, o outro está ocupado e assim por diante. Quando encontramos alguém disposto a nos ouvir, este por sua vez, ou nos censura ou nos vem com conselhos. E assim, mais uma vez percebemos o quanto é difícil encontrar uma pessoa que esteja totalmente predisposta a nos ouvir, sem julgamentos.
Essa necessidade de falar sobre si mesmo é o que mais temos percebido em clínica, em nossos trabalhos dentro de consultório. Num primeiro momento o Filósofo Clínico, só ouve; esse ato por si só já é clínica, e isso resulta num grande bem estar à pessoa. Ouvir não é um exercício fácil, ele requer atenção e carinho para com a pessoa que fala; requer paciência, tolerância, suspensão de juízo e empatia. E mais, ouvir implica numa entrega ao outro, é quando deixamos nossas coisas, nossos pensamentos para somente compreender o que o outro está falando.
Acontece ainda da pessoa chegar à clínica e ficar em silêncio, isso para o Filósofo Clínico, tem grande valor - se a pessoa deseja ficar em silêncio a única coisa que podemos fazer é respeitar sua atitude.
Além da habilidade de ouvir o Filósofo Clínico, vai estar com o partilhante durante um certo tempo para que juntos possam desconstruir choques, amenizar conflitos e dores existenciais. A Filosofia Clínica é indicada para pessoas que estão passando por algum momento difícil em suas vidas, ou até mesmo àqueles que desejam se conhecer melhor. Nós, Filósofos Clínicos, não medicamos e muito menos aconselhamos, simplesmente trabalhamos com a individualidade e subjetividade da pessoa, isto é, com aquilo que lhe é próprio, sua história de vida, que deve ser respeitada acima de tudo, pobre ou rica em experiências é uma história de vida, que, ao ser relatada é mantida em sigilo. Pois, o Filósofo Clínico tem um código de Ética a ser seguido.
Sobre a importância da empatia
Empatia é a capacidade de saber e até mesmo sentir como o outro se sente. É o mesmo que estar diante de uma pessoa que sofre e passar a sofrer junto. É se colocar no lugar do outro e tentar imaginar-se passando pela dor alheia.
A empatia requer dois pressupostos: atenção e comunicação. Para compreendermos o que se passa com a outra pessoa, primeiramente, precisamos ouvi-la, precisamos nos desligar de nós mesmos para nos sintonizarmos somente na pessoa. Em segundo lugar é preciso uma verdadeira comunicação, isto é, comunicarmos uns com os outros, e não para os outros.
Se não soubermos nos comunicar, e, se num diálogo, alguma coisa ficar “subentendida” entre duas pessoas, pode ocorrer a origem de muitos desentendimentos.
É por isso que devemos aprender a nos comunicar com o outro, além de saber ouvir, tal atitude se faz urgente a fim de que possamos diminuir os nossos Pré-juízos em relação àquilo que ficou subentendido; e para que possamos fortalecer os nossos vínculos de amizade com amigos e familiares. E ainda, para que possamos satisfazer a nossa necessidade de seres humanos que é a de nos comunicar uns com os outros. Aqui, agora e sempre.
Os nossos “Pré-juízos” de todos-os-dias
O prefixo “Pré” tem o sentido de anterioridade, ele especifica tudo aquilo que vem, ou que está antes de alguma coisa. Juízo, por sua vez, significa ato de julgar, significa conceito, parecer, opinião. A união destes dois termos resulta, portanto, na palavra pré-juizo que é o mesmo que julgar antecipadamente, isto é, significa que emitimos conceito, julgamos acerca de fatos ou de pessoas que não conhecemos. Agimos, assim, tão naturalmente, com nossas crenças e verdades, que nos esquecemos das razões e verdades do “outro”.
Ter Pré-juízos não é bom nem ruim. Mas, como tudo em nossas vidas, eles podem ser usados positiva ou negativamente, ou seja, ou para o bem, ou para o mal. De que forma utilizamos os nossos Pré-juízos para o bem? Simplesmente considerando que tudo o que somos, tudo o que pensamos ser, faz parte de nossas crenças e verdades subjetivas, e que o “outro”, da mesma forma, possui as suas crenças e seus princípios de verdade.
Assim, partindo deste pressuposto, uma forma positiva de utilizarmos nossos Pré-juízos seria emitindo-os, justificando que nossos juízos e nossas opiniões são nossas e que há no mundo juízos e opiniões diferentes das nossas, e que o modo como “eu” penso é simplesmente o “meu” modo de pensar. Podemos falar sobre os nossos “achismos”, porém, não impondo o que pensamos, e ainda, deixando um espaço para que o outro expresse também a sua verdade.
E as conseqüências negativas de nossos Pré-juízos? O lado negativo ocorre quando queremos impor, seja aos nossos colegas de trabalho, seja aos nossos amigos, vizinhos ou familiares, opiniões nossas como sendo verdades universais que todos devessem seguir, sem respeitar o modo de ser do outro, seus hábitos e sua cultura.
Mesmo com pessoas de outras culturas que não temos contato, não podemos impor nossas verdades como sendo “A Verdade”. O fato de nós, brasileiros, comermos carne de vaca e tê-la em nossa preferência, não nos dá o direito de criticarmos os coreanos que preferem carne de cachorro. Essa diferença é uma questão cultural.
O forte pressuposto desse tópico numa Estrutura de Pensamento é o seguinte: não vi, não sei e não gostei. E assim, agimos ignorando coisas, ocasiões e circunstâncias sem saber do que se trata, é como olhar para um livro e dizer: não gosto de ler, ou não gosto deste livro, sem ao menos ter lido uma página sequer. Ainda, é como olhar para uma pessoa e dizer: não fui com a cara dele, sem ao menos conhecê-la, não gosto de macarrão ao alho e óleo sem ao menos ter provado.
Este tópico implica numa questão que é muito debatida: as diferenças. O que acontece é que cada um de nós tem na vida um temperamento e um estilo únicos. Como seria monótono se todos nós expressássemos de maneira semelhante, e se gostássemos somente de uma cor, e se as pessoas só estudassem Filosofia? Creio que o mundo estaria precário, sem médicos e comerciantes e sem graça sem os músicos e os artistas. E assim por diante.
A diferença é o tempero do comportamento humano que nos torna tão fascinantes. Alguns investem ousadamente na vida, outros optam pela segurança. Alguns são ávidos pelas relações sociais, outros preferem a solidão. Há os que enfrentam o dia-a-dia com entusiasmo, outros são cautelosos. Há tantos enfoques à vida quantas pessoas existem neste mundo. Segundo os meus Pré-juízos, na medida em que permanecemos abertos às diferenças, crescemos e enriquecemos constantemente. Desta forma, podemos acreditar que é possível sermos diferentes e ainda estarmos certos.
Bom Senso Verdade Subjetiva
Embora percebamos no cotidiano a necessidade de superar certas limitações do comportamento, nunca achamos que precisamos de mais bom senso do que já temos. Será ???
Justamente aquele bom-senso que dirige nossas atitudes quando cremos estar agindo, na maioria das vezes, de maneira correta. Talvez precisemos de mais humildade, menos arrogância no saber que achamos possuir..., afinal de contas, não é por esse saber que nos guiamos?
A vida é uma grande oportunidade e isto torna cada um responsável por uma existência individual que precisa ser cuidada. Somos criaturas de Deus, feitas de LUZ, de PAZ, de BEM e de AMOR. Que mais é necessário buscar, senão expandir essa LUZ, resplandecer de PAZ, contagiar de BEM e AMAR cada outro ser?
Que os valores em que acreditamos não sejam apenas crença, mas prática de vida. Que as coisas que admiramos não fiquem no campo da contemplação, mas que sejam inspiradoras de mudança, de conversão da nossa alma e coração; de ação transformadora no dia-a-dia em prol de um mundo mais humano. Não só um mundo fechado e conveniente – na maioria das vezes restrito a poucos e quase sempre um mundo de iguais - mas em todos os níveis e sentidos.
Procuremos, portanto, sempre nos esforçar para superar os preconceitos e reconhecer as diferenças como qualidades de cada um. Que a amizade tome conta de tudo aquilo em que acreditamos para que descubramos em cada pessoa uma parte de nós mesmos, pois todas as vezes que dizemos não ao outro em palavras ou atitudes é uma oportunidade de servir, amar e compartilhar que se perde ...
Querubim
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOLEMAN, Daniel, Inteligência Emocional, Trad. Marcos Santarrita, Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
HISTÓRIA DA FILOSOFIA, Coleção os Pensadores, 1999.
KANT, Coleção os Pensadores, 1980.
PACKTER, Lúcio, Filosofia Clínica Propedêutica. Porto Alegre: AGE, 1997.
______________, Cadernos de Filosofia Clínica. Porto Alegre, 1995 e 1999.
PAULO, Margarida Nichele, Compêndio de Filosofia Clínica - Porto Alegre: Imprensa Livre, 1999.
SCHOPENHAUER, Coleção os Pensadores, 1999
SOCRÁTES, Coleção os Pensadores - 1999.
Textos, poemas e músicas encontrados na Internet.
Anotações das aulas ministradas pelo Professor Hélio Strassburger, do Curso de Especialização (Nov/2000 - Abril/2002).
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